quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Desdito poeta



Eu tenho uma amiga, a Amélia. A minha amiga, Amélia, por vezes tem brancas estrondosas que lhe embaciam os óculos  .
 É escritora. Encantou-se pelo energúmeno do filósofo. Mentira. Mentira que ele não filosofa nada. A única coisa que filosofa são as falinhas mansas e as poesias baratas de bolso que até para chinês serve para rir
Está apaixonada a tola. O D.Ruan a encantou. É poeta,  pelos vistos « gosto de molhar a caneta , se é que me percebes Linda » Cromo. Cromo, cromo. A mim não me enganas. E assobio, vaio-te mesmo , mesmo. E ele, em posse de gavião, para o estrábico amigo proxeneta  das quintas a noite do  clube,  onde uma mulher entra sempre com qualquer coisa e sai com outra a menos. Ali vão, intuito apenas que ,  presas fragilizadas são as melhores, as divorciadas ,

-  Um homem tem que as deixar é bem no ponto

   Ela Dá-lhe a mão, ele desvia o pescoço, ela mete a mão, ele afasta-a 

- depois. Agora não.

 E badalos dos sinos dos campanários onde tantas e tantas vezes a minha amiga  badalou  mil e uma proezas, de costas, de cabeça para baixo, para cima, tanto faz , tanto faz tanto faz mas nada se fez . Levou uma tampa histórica que tão cedo não se vai esquecer para sua histeria no  meio de Piccadilly Circus

- és  Especial. » 

   Eu bem lhe disse, « eu bem te avisei» . São todos iguais.  Queixa-se de como dói ter comido apenas os aperitivos e só ter saboreado o primeiro prato na varanda com as mãos no parapeito e as cuecas de renda penduradas nos dentes dele .Pobre Amélia...coitada. Quecas mal dadas as duas e as três e ele nem ai e nem um bendito ui. Lamuriou o fim de semana inteiro na casa da progenitora pelo seu Excellis e o seu Excellis  não escreve, não manda recados e nem bilhetinhos românticos na patinha de um pombo correio como sempre disse que faria quando lhe prometeu o Exlibris,páginas dessas, está a historia cheia, e de boas intenções, já alguns móteis se lotaram. Não . Ele não faz isso. O que ele verseja é nas  saias de qualquer uma , tanto faz como o consegue, não está nem aí. Ela coitada é que está,  de volta das fradilhas da mamâ, a vir do fim de semana arrependida e a chorar que nem uma desalmada.Oh criatura!! não vale a pena.
 Deu dó. A cabecinha pendida e os olhos no visor do telemóvel em busca da mensagem . Raios te partam mulher!
-  Não escreve, não manda recados e nem cartinhas e não o podes apanhar  bebêdo para o violares. -  Ela ainda chegou a pensar nisso, ele nem por isso, nem nisso nem  no telemóvel, enquanto , do outro lado a pobre desalmada numa valsa de dó e piedade em pura convalescença no sofá às pintinhas, a moer e a remoer virada e de que maneira!!. Mas as palavras são manhosas e  por vezes  teimam em não aparecer, não saltam; e verbos  sim, dela saltam do parapeito dos olhos; dele, locuções preguiçosas que morrem  na ponta dos dedos que deixam cair  o telémovel na almofada do sofá  e  Bach entoa a lacrimosa Amélia , desesperada , com o indicador e o médio a matar os ´acodes` e  os `Deus me valham ` e o violino, escondido ao lado , soltando sons de borboleta, lhe dissessem ,em  alto e bom som: São todos iguais.




domingo, 19 de dezembro de 2010

Onde há fumo , há foguinho. Há homens que se intimidam comigo, outros que lhes sobe pelas vértebras um nervoso miudinho que lhes paralisa a epiglote e nem uma,nem duas, digo Senhores, uma sílaba sequer que o ignóbil inergúme consiga dizer. Depois temos os casados. Senhoras, tapem os ouvidos. Esses desgraçados.O piano ao comprido. O indicador a correr , devagar devagarinho , o indicador a subir , nota por nota, e os olhos do casado , imóveis, petrificados. Agora , toco eu , digo-lhe. Esses , paralisam. Há muito que não vão a um bom concerto, que não comem gambas. Esqueceram-se do do interesse quando uma mulher tem a ´cabecinha´ do camarão na boca , já bem molhada por ele, e deliciada. O frisante a correr-me as artérias. Há fuminho, há foguinho e a sardinha  na brasa. A virar-se, de um lado ao outro, a dançar feita uma danada.
 Aqui a Miss, hoje está assim. Desvairada, louca de si, não há missa que  lhe valha e muitas já foram as Avés de joelhos e as contas já nem vê-las .
 O assador, com a mulher fora de casa « vou-te saltar para a espinha » cai o frisante . Bela Gazela , eu lhe diga . A piscina a tremer com um pequeno gemido do vento, a sardinha a ficar sem escamas, a ser comida de todas as maneiras e feitio -  atrás, de lado, à frente - com os tomates a fazerem o requinte e os milagres do azeite a uniformizarem a frutinha. Uma boa salada, prato completo. Foi à hora de almoço que a brincadeira acabou.
 A mulher do assador correu atrás do homem a pedir contas da sardinha comida enquanto a desgraçada criatura  saltava a vedação. Onde há fumo, há foguinho. Ela ainda procurou pela sardinha, mas nem rasto dela . Essa , já há muito que tinha sido comida.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Letra musical do alfabeto

   Seis de dezembro, dia do sexo. O país para , eu paro. Tiro os invólucros da mesa de cabeceira e o Gonçalinho, desvairado a levantar.me as saias, atrevido. O cheiro deles, uns com sabor a morango, outros a banana, bato com a cabeça - na cozinha, na sala, no quadro da Edith, na casa de banho, no quarto  - o soutien num canto , as cuecas no outro, as dele, nem sei... Digamos que ele sabe potar tão bem que eu nem dou pela fruta. As mãos espalmadas na parede, os lábios a tocarem a cal branca, caiada,  Só sinto o cheiro a casca , aquelas mãos a  atravessarem-me o busto descoberto. O leitinho do coqueiro em cima das costas « faz bem a pele» , eu e ele, eu e a banana e os morangos. É Professor de  Português, o Gonçalinho:

- anda cá que vamos trocar umas metástesses

e lingua e mais língua que eu adoro o Português. Aumenta a sonorização, entram vírgulas e mais vírgulas e ditongos crescentes, ditongos decrescentes

- sequência vocálica

diz-me . Diz-me onde... ?onde , aí - nos gémeos - e começa a aula dos ditongos orais. E um monossílabo a gemer «só...tu...» eu, e apenas eu , toda eu. Boa aluna em letras, o meu corpinho de i, as minhas formas de V, o cheiro a morango, ao lado, o invólucro rosa, a Edith,  no gramafone,  rien rien , tiro a preposição e o artigo para fora,

- para bom entendor meia palavra basta

  diz-me, o menino português,« passemos ao advérbio  Detrás.
«Que perverso o desgraçado» comenta a  Jú, sentada com rolos na cabeça, no salão de corte e costura das Amoreiras, enquanto me tira a  cera quente das perninhas e um descuido

- Ai...

Que espétaculo! Assusto-me com o  gato , ao lado do papagaio de plástico e mais qualquer coisa eléctrica,que  salta num arrepio enquanto a lição decorre. Rodo devagar , tiro as mãos da parede caiada, dou uma volta e o indolente: a mover os lábios, no presente,  « vem» ; também eu gosto e digo-lhe, no melhor modo imperativo :

- Vem tu

Para bom entendor meia palavra basta . Por vezes, basta apenas uma letra e sou como um suspiro no final do i, um H encontrado  na cama, a soletrar-lhe baixinho as letras do alfabeto até  o sujeito ficar recto, até as mãos suarem , de tanto escrivinhar, ora na escravaninha, ora na mesa da cozinha, ora na sala, no tapete , para não perder pitada da matéria. E finalmente chegamos ao complemento directo. Os pronomes. A desempenharem a sua maravilhosa função « o..a....a....» eu borbulhar como uma Frise, a ser o palato nele, a entregar-me na maravilhosa função adverbial, afinal , diz-me, o «amor é verbo» , cala-te! Continua , continua agora com os átonos

me-te  ,

 o que teríamos , no verbo dar:

-  o Gonçalinho, meteu-o na Mia

Metia..metia as lições, as vírgulas, as consoantes, se o gato Roberto, não me saltasse para cima da criatura , a envolver-lhe as unhas nas costas e  este

- ai, ai ai ai

a desferir golpes mortíferos, dignos de um senhor de Xangai, que agarra a criatura como a uma pega e o sacode porta fora. É que, as palavras precissam de ter sabor na alma, e estas, se não tiverem palado a morango, a banana, o tigre bem pode rugir que não terá a sua presa  deitadinha a sua espera.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pequena nota musical

Era para hoje, era para segunda, era para terça, quarta e 3 da tarde e nada. Sacana, não me ligou. O Audi, estacionado como a dizer-me « monta-me» e eu o montava montava e desmontava malas nas malas e mais malas nas malas e umas palavras a sairem como bebericos a fecharem a porta  , bochechudo, e sai  o desgraçado.
Três da tarde, o sol a despertar as meninas da varanda em frente, que se delicíam ao redor da piscina, um polegar na porta, um dedo, uma campainha,  uma hesitação, desperta para fora, como que curiosa e um espanto meu
- pequena
O som da campainha a tirar-me dos devaneios da tarde. As meninas a passarem as toalhitas pelo corpo arrepiado , eu a sair, um olho como lupa a espreitar pela azeitona da porta, e do outro lado , flores, umas amarelas, umas rosas, deste lado, que energúmeno. Um chocalhar e
- Surpressa
ah, sim. A mesa de vidro , oriental , o tapete persa, meu deus, que noite aquela na tenda do gato de turbante; no reflexo do vidro da mesa,um maço. Hum, mexo os lábios, língua, vou directa ao fecho Zás!! espanto meu, quando a criatura a tira
- pequena!

Pequena pauta, um Lá demasiado dobrado, passo a língua pela métrica, é uma nota musical demasiado breve,  demaisiado Mi, este não tem nada a ver com o baterista de noventa seis. Baterista , diz-me a criatura. Peço-lhe que me mostre as baquetes, « nem imaginas o estrondo que isto faz» diz-me, senta-se na cadeira, senta-me com ele, e eu com ele, mete-me as mãos, um arrepio me corre na espinha, em frente a menina  dos arrepios na piscina , com os cabelos loiros a a beijarem as costas, e aqui, o atrevido , a ajeitar-se e eu a sentir as vibrações aumentarem, a batida a se iniciar, a baquete a cair para o chão, e foi mesmo ali. Um batedor, um conhecedor do terreno e das cúpulas,desgraçado, miserável, e pus as mãos no Ton, a perna no Surdo, e soava , soava ...O ceú, azul, limpo de qualquer nuvem, o sol a incendeiar-se em cima, abro os olhos com a água da piscina  a refrescar-me o corpinho de avelã.
 Afinal, ainda dizem  não haver orgasmos de sonho.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Voo 69, destino? paraíso

O pacóvio, o ingénuo, o inocente. Hum, gosto desses. Fáceis de domar, fáceis de os colocar aos meus caprichos, e não são muitos. Senta-se no bar o pacóvio de jeans e gel a olhar-me com aqueles olhos verdes de cavalo, esses mesmo, baba ,muita baba. No outro dia o Gustav apaixonou-se por uma loira oxigenada e deixou-me como um passo doble em decadência lenta , enervada, malas feitas, directa a Paris , até que ,




- O teu pai é ladrão? só pode! roubou o brilho das estrelas para o pôr nos teus olhos




Ah , ah, soltei uma gargalhada imensa , ah, ah, sim, pois claro.Virei.me , indiferente, inquieta o deixei, pendurado nos seus olhos lá estavam os sonhos dele , a mim, deitadinha , um corpete preto, uns seios arredondados e arrozados, um perfume no rio do meu peito, uma nascente mais abaixo, um ceú mais acima, sonha. Sonha alto o pacóvio português com a literatura mais barata que se esconde atrás das prateleiras dos super mercados. Ao que parece o August fugiu, ele uma prateleira, e mais um ármario, ambos iriam ser felizes e defronte de mim, triste sina esta,




-  « estás presa esta noite. Acusação? o de invadires os meus sonhos. »




Farta dele, farta de tudo, farta do champanhghe que nunca mais chega, farta do August que partiu com o ármario e com o seu belo Cupra  metalizado! Fecho a tampa do piano! agarro-lhe na gravata, puxo-a , junto dos meus lábios, lábio com lábio, a plateia , ansiosa, passo-lhe a língua pelo nariz fungoso pelos lábios macilentos um toque do saxofone e dou uso ao copo do champagne que lhe acenta que nem um chapéu e este filme daria um título O Pacman et Mia love, je n'e connais pas le fin , mas agrada-me mais os lábios macilento ,




- Então




que bem me pareciam na altura, melhores agora, o  hábito faz o monge, reza o ditado, o hábito de soprar  parece fazer milagres e desentupir as artérias e pôr a banda inteira em delírio para quem ouve , a contar do rés-de-chão, até ao sétimo andar, que eu gosto de escalas , para cima e para baixo apazigua-me, agrada-me correr , uma por uma, secção por secção, enquanto o pacóvio se torna a chacota dos amigos pacóvios




- Então!?




com o beicinho de fora , ah, quem me dera o Pierre da Noite passada. Saltou-me a janela , maldita criatura que me apetece agarrar e levar para casa, prênde-lo a cama e dizer-lhe  « agora não sais daí» e tê-lo só para mim. Desabotoou-me o emaranhado soutien , enquanto me descobria os seios os seus olhos eram um barbeque e eu no espeto  « seu louco!» ai, que saudades do Pierre. Saltou a janela, às 5 da manhã com o ladrar dos cães até que veio o pastor , « Malandro soltou-se ! » rasgou-lhe as calças e o cu de fora enquanto corria para o Audi , estacionado junto a uma pequena árvore, agonia total para a criaturinha! O pacóvio a exibir os seus sapatinhos de dez para as duas e umas mãos que lhe puxam as calças, risada total e antes das três no quarto do hotel o Pierre lançado , eu a Ipiranga; Nova Iorque em baixo, em cima , dentro, ai, fora, cócegas nas costas e risos, risos e  mãos nos lençóis, o avião a ouvir-se, o Pierre a despedir-se ao lado da asa com aqueles dedos mágicos que acertam em todas as teclas sem errar nenhuma, e eu,aqui, a desejar a desejar em frente a um pacóvio de calças em baixo  :
- Por favor, dêem-me um outro avião! preciso de voos , novos voos .

sábado, 20 de novembro de 2010

Valsa Lá em sentido pleno

Tem as mãos no piano com os dedos compridos a Tocar Chopin. Ainda na noite passada tocou-me uma valsa. Levantou-se erguido com o seu fato de pinguim o Maestro colocou as mãos , bem postas, bem posicionadas, retirou da sua sonata e eu não estava habituada a estas coisas. Subi as meias de Lycra, pretas, o Maestro ajeitou o corpete suavemente. Deu dois dedos e que profundidade. Quando estava a perceber a melodia deu um solavanco e meteu mal a segunda nota . Ficou atrapalhado e tirou do saxofone. Desci agora as meias, o que restava delas, tirei os sapatos, lançados fora num tal ímpeto de vulcão me agarrou como a uma tecla. Descia com os lábios os magnifícos acordes «Lá» apanhando-me o preto e o branco das cuecas em xadrez compradas num centro qualquer; revirou a cabeça, tocava a melodia e as mãos: humm…uma magnitude digna de Mestre. Dizia-me que era a «Musa» e de Musas anda o mundo repleto. Já sem o xadrez da Valisérie, que me custou os olhos da cara. Prelúdios que eu adivinhava quando o Maestro colocava a plateia em sentido e elas ficavam  direitinhas, pleno, a espera da contemplação daqueles dedos, num voo de campino. «Anda cá, agora ficas aqui» dizia-lhe eu. Mas para desconsolo da plateia ansiosa teve o Maestro que parar a meio quando tudo estava a ficar no ponto. É o que dá as valsas e as sonatas: quando julgamos que elas estão a concluir o que queremos ficam a meio do trabalho.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Whiskey Bar, Please!

Ajeitei os cabelos em frente ao Espelho do Pierre. Na noite passada descemos a avenida de Sunset Boulevard. No meio da rua estreita o músico espreitava umas saias curtas « well, show me the way» enquanto a menina se debruçava na auto lavagem . E cada movimento no porta malas do carro o arrebatava « oh, don´t ask why. Show me how to get the next whiskey bar» Passamos o músico entretido e a menina da auto-lavagem. E para trás ficou Alabama, ficou o Whiskey, ficou a rica menina cheia de encantos : Parou o Corvete. Entramos as três. Eu e a Stripper, eu e a menina de olhos castanhos, eu e o Pierre.Amo-te, dizia-me o fofinho. Abrimos o champagne. Bebemos e sorrimos para os fardados que nos acenavam com outra coisa.Gracejamos.Paramos. Descemos um pouco e estacionamos a frente. Os bares. Os vestuários reduzidos: meninas de Bikini, meninos de « bombas atómicas» decidi logo ali ficar. E fiquei, pois fiquei. Talvez alguém me acenda o rastilho. Ansiosa. A Annabella ficou com o soldado de farda branca. Que mastro!- Dizia-me ela. Agarrou-se bem para não cair, sacudiu, sacudiu e veio. Jorrou, jorrou champagne até ao busto de duas peças apenas da minha amiga.Com que pena ele ficou.
Entretida , os deixei nas suas marés. Encontrei o músico e já tinha amestrado com os seus encantos de touro disfarçado a musa da auto-lavagem. Escrevia-lhe palavras ao ouvido,docemente, místicamente, sem ficar indiferente, ela o levou para dentro do Whiskey bar. Ficou em pauta.
Senti um calor nas costas. Senti um calor no tronco, nas ancas, nas nádegas.( e a guitarra a gemer , a gemer) O quarto foi já ali.Levantou-me a saia, Atrevido. Encostou-se, eu encostei-me mais. Ajeitou-me as letras para o lado « I feell u » Sacana. Sabe-me tirar de mim . E ao fundo alguém gritava: « Oh, we must have Whiskey!»




Ponho o secador ao lado... Dou um toque de menina com a cabeça e dou um sorriso. Mensagem no telefone: "Hello, my sweet little girl. Don´t ask why, babe, but, let´s Play!" Deixei o Pierre na cama , no seu sono de menino bem comportado . Lá fora o Cadillac esperava a little girl.  Oh, don´t ask why!